Porque um estilista precisa de passarela para ser legitimado?


* No início do século XIX a alta-costura estava sozinha em Paris, ditando moda. Hoje e desde a década de 1960 que ela divide sua posição com o prêt-à-porter e com a rua. Contudo, ainda não deixamos de lado a crença de que precisamos ir para o catwalk para sermos criadores de moda.
Alimentamos a moda logo que desenvolvemos uma roupa, pois impulsionamos e materializamos alguma mudança no vestir de terceiros – isso vale para aqueles que customizam peças. Não precisamos fazer o vestido com o preço de quatro ou cinco dígitos para sermos criadores de moda. Sim, eu sei, isso é óbvio. Mas ainda tem profissional que idealiza um mundo de glamour e faz-de-conta, onde sucesso é estar em uma fashion week bebendo champagne no camarim.
Essa confusão de valores, provocada pelas mídias, atinge os consumidores, o mercado, que por vezes chega até algumas escolas de moda, e por fim, recai nos futuros profissionais de moda. Alguns desses, mal procuram ver as outras oportunidades que existem em diferentes setores dentro desse campo.
Sim, continuemos aplaudindo Jean Paul Gaultier, Vivienne Westwood, Alexander McQueen, John Galiano, Karl Lagerfeld e outros grandes nomes que, com mérito, transformam de verdade a moda, logo que criam. Mas não deixemos de valorizar os estilistas menores, que, mesmo que muitas vezes apenas reeditem as obras dos “mestres maiores”, são os principais fornecedores de nossa moda diária, aquela que usamos todos os dias e nas ruas.

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