Por Gabi Garcez do Innaugusta


* Muito tenho tocado na questão do estilo, e não só eu, há tempos que muito tem sido falado sobre isso - mas afinal, que coisa é essa?

Certa vez Gabrielle Chanel disse que a moda passa e o estilo fica, e assim resumiu brilhantemente (como não poderia deixar de ser), como distinguirmos “moda” de “estilo”. Quase inseparáveis, tais termos não poderiam deixar de serem confundidos em nossos papos corriqueiros ou mesmo nas mídias e nos setores de produção de roupas.

Tenho notado que, além da palavra “estilo” ser usada como simples substituta de “moda”, ela também costuma vir como uma qualidade inerente à individualidade. No entanto, apenas neste último caso, a indústria, os veículos de comunicação e o senso comum parecem estar de acordo com os teóricos que já se aprofundaram no tema.

Georg Simmel, conhecido sociólogo alemão, já em 1905, em seu ensaio “Psicologia do adorno”, supõe que o estilo de um objeto decorativo aparece quando conjuga unidade estilística, individualidade e diferenciação. Helena Abramo, socióloga brasileira, autora de “Cenas juvenis: punks e os darks no espetáculo urbano” de 1994, ao analisar as subculturas urbanas (especialmente o punk nacional), observa que o estilo dos jovens é formado pelo conjunto dos traços - peças de roupas, corte de cabelo, acessórios, etc. - conscientemente colocados para se distinguirem da sociedade em questão. Do ponto de vista de Elizabeth Wilson - socióloga britânica que publicou entre outros títulos de moda: “Enfeitada de Sonhos” (1987), os estilos subculturais surgem na tentativa dos grupos de criar uma anti-moda, ou seja, quando passa a existir um diferencial entre o eles e a moda vigente.

Fica evidente (como bem imaginávamos) que o estilo tem forte vínculo com a diferenciação e a individualidade. Parece-me interessante pensar também, que, no âmbito da moda, o significado do termo apareceu junto das diferentes subculturas juvenis que pretendiam não estarem de acordo com o mainstream. Portanto, a pergunta que fica é: como “ter estilo” quando a moda que usamos já “bebeu de todas as fontes”, inclusive das subculturas, e o termo que melhor define os consumidores atuais é: pluralizado?

(aguardem tentativas de resposta no próximo texto)

2 comentários:

Felipe Pedroso disse...

Ótimo texto Gabi.
Acredito que a resposta está no texto mais recente, no pé das palavras: é tudo uma questão de auto-conhecimento.

Abraços.

inna::augusta::style disse...

é felipe, vc tem razão tanto q foi o q escrevi na sequencia..rs
beijos